sábado, 22 de outubro de 2011

A revolução não será (tão) conectada. [Esse texto também não será tão aprofundado].

Acho que alguém além de mim também já deve ter ouvido o discurso: “Essas novas gerações são imediatistas! Querem tudo muito rápido".


Bem, minha avó tem 87 anos. Está passando uns dias em minha casa. Adora trabalhar. Não consegue ficar sem fazer nada. Já nós, os representantes da nova geração, passamos horas aqui nessa tal de internet, ficamos tão entediados a ponto de criamos até blogs pra ter com o que perder tempo! 

Ela passa o dia lendo (lê mais do que eu!), assistindo jornal ou novelas, conversando sobre a família, sobre a política, ou seja, curtindo a vida adoidada! Brincadeira... Levando a vida numa boa. Mas, não pode ver sequer ver uma colher suja, uma cama desarrumada, algo fora do lugar, que diz: “Meu filho, ‘faça isso’ ou ‘faça aquilo’, antes que sua mão chegue...”, “Erich, vá logo fazer isso, não ponha tudo nas costas da empregada doméstica...”. E eu não canso de repetir meu discurso simples e nada imediatista: “Já vou, vó”. Será imediatista? Imediatamente empurro com a barriga a mais simples obrigação?! Daí minha vó vai lá e começa a lavar a louça. Sinto-me chantageado. Negocio com ela: “Vó, a mamãe não vai gostar, mas já que a senhora quer mesmo é fazer isso e eu quero mesmo é não ter que fazer, então... você lava e eu enxugo?”

Mas o que é ser “imediatista”? Depende do ponto de vista. (Tá, só escrevi isso pra rimar...)

Relax, baby (ou vovó)... Eu acho que a sua geração, anos 50, coisa e tal (e até uma ou duas décadas atrás) é que era imediatista. Tinha até um presidente que dizia querer fazer crescer o país 50 anos em 5! Pelo menos pareciam querer realmente mudar algo.

Aí depois querem falar de nós, pobres criaturas que passam o dia a vadiar pela longa estrada da internet... Nós que aprendemos a apenas dizer: “Ah, mas todo político é assim...”.

Ok, também não é pra tanto né? Somos ótimos em fazer revoluções sociais (nas redes sociais, claro!). Nossas comunidades (virtuais) estão cheias! Todos confirmam presença (pelo Facebook) nas marchar da vida (Marchas! Serão um sinal de mudança ou pelo menos de alguma preocupação?!)! E todos vão. Ou não.

Não sou nenhum ativista, não tenho grandes causas a defender (ainda), mas, é chato ser “imediatista das causas fúteis”. “Não é que eu faça questão de ser feliz, eu só queria que parassem de morrer de fome a um passo do meu nariz”*. Não desejo julgar o fútil ou não, essa é apenas minha opinião (rimou de novo \o/).

Iiiih, fugindo do assunto, hein? Comecei falando da vovó e acabei... Mas quer saber? Essa é a proposta aqui (se é que há uma proposta). Ser espontâneo e, na medida do possível, sincero como não se pode ser. 
                                                                         ; )


  

* Tercho da letra da música “Nunca se Sabe” dos Engenheiros do Hawaii. Composição Humberto Gessinger.

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